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"CURITIBA - O Festival de Curitiba atirou no que viu e acertou no que não viu. Na hora de montar a programação deste ano, os curadores se preocuparam em apontar o fortalecimento de uma vertente nacional: a dramaturgia".
"Foi dentro desse espírito que a mostra paranaense elegeu a emergência de jovens autores como ponto de interesse. A grade oficial tratou de sublinhar uma nova geração, principalmente carioca, que despontou há menos de uma década e dá, agora, os sinais de uma produção mais alentada. Mas, certamente não encontramos aí o que essa 20.ª edição apresentou de notável".
"Ainda que tenha acertado em algumas escolhas do eixo Rio-São Paulo, em 2011 Curitiba não se destacou pelo que trouxe de fora. Ao contrário. Surpreendeu pelos sinais de fortalecimento que o seu próprio teatro exibe".
"No Fringe, grupos locais de renome revelaram continuidade de suas pesquisas estéticas, aprofundando inquietações. Com Oxigênio, talvez o melhor espetáculo visto nesta edição, a Cia. Brasileira de Teatro mostrou como a maturidade de um conjunto de artistas pode vir acompanhada de frescor e vivacidade. Já a Cia. Marcos Damaceno se firmou pela segurança com que conduziu Antes do Fim. Apoiado no texto do paranaense Marcelo Bourscheid, Damaceno erigiu uma encenação que, sem solapar os vínculos com a tradição do teatro dramático do século 20, não deixou de abrir espaço para a vertente narrativa da obra nem para seus escapes líricos".
"A cena da cidade se redesenha também pelo surgimento de uma novíssima leva de dramaturgos. Nomes que não aparecem ligados por uma temática. Não é disso que se trata. Mas que compartilham de um anseio: a invenção de outras possibilidades de se construir narrativas cênicas".
"Voltada a novas estratégias de dramaturgia, a mostra Outros Lugares evidenciou autores principiantes. Luiz Felipe Leprevost sobressaiu-se aí com O Butô do Mick Jagger, espetáculo tão irregular quanto promissor. Mais consistente é Hieronymus nas Masmorras, criação de Leprevost que integrou a Mostra Sesi de Dramaturgia e mereceu leitura potente de Roberto Alvim, da paulistana cia. Club Noir".
"Em meio a tantas propostas não é fácil encontrar pontos de convergência. A linguagem surge manejada de formas diferentes. Com graus distintos de elaboração e acabamento. A amalgamar tudo isso talvez só reste uma certeza: nos próximos anos, prometem soprar do Sul os ventos que movimentam o novo teatro brasileiro".
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