Fique por dentro de todas as novidades do Núcleo de Dramaturgia.
Se depender do Guaíra e do Sesi, Curitiba verá muito mais teatro experimental a partir de agora. No fim de março, as aulas avançadas do núcleo de dramaturgia coordenado pelo Sesi começam em espaço novo, numa sala desocupada atrás do Guairinha, onde se reunirá também uma nova turma de formação de diretores e serão feitas apresentações. A turma iniciante terá aulas no miniauditório do Guaíra.
A sala de teatro alternativa, para cerca de 50 pessoas, fica onde funcionou, até meados da década passada, a marcenaria do teatro, num espaço de 140 metros quadrados. Os espectadores conhecerão o local em junho, quando passarão a ser apresentadas leituras dramáticas de textos produzidos no núcleo. Montagens dos trabalhos dos autores participantes estrearão ali, no segundo semestre.
Os ingressos devem ter um “custo bem baixo”, de acordo com a diretora do Centro Cultural Teatro Guaíra, Mônica Rischbieter. “A ideia não é ganhar dinheiro. Para a gente é muito interessante ter esse projeto no coração do teatro”, disse à reportagemda Gazeta do Povo.
As obras de reforma serão simples, incluindo a pintura, abafamento do som e colocação de cadeiras móveis.
Quanto ao conteúdo que será apresentado ali, o coordenador do Sesi Dramaturgia, Roberto Alvim, tem muito a dizer. “É o que tem de ponta sendo feito no Brasil”, empolga-se, ao falar sobre os quase cem textos escritos pelos autores que passaram pelo núcleo desde sua criação, em 2009.
“Percebemos que muito poucos foram encenados, e que seria preciso completar o fomento à escrita com um mecanismo efetivo para amadurecer esses textos e completar o círculo.” O ciclo termina no palco, e para treinar os jovens artistas curitibanos a ousar na montagem de textos que já são ousados por natureza, foi acrescido às turmas básica e avançada do núcleo um grupo para diretores, c om 15 vagas para encenadores estreantes ou com carreira em andamento e 20 atores – a “matéria-prima” das montagens.
“Teatro transumano”
Apesar de valorizar a inventividade e liberdade de criação dos autores que chegam ao núcleo, Alvim não esconde que seu interesse é ver surgirem textos (ou “sistemas cênicos”) que “reinventem a ideia de ser humano”. “[O núcleo] não pretende formar técnicos que escrevam peças bem-feitas”, diz.
Para Alvim, Curitiba pode ser considerada um celeiro de dramaturgia que irá revolucionar o teatro mundial. Mostra disso, segundo ele, é a escolha de sete autores curitibanos ou residentes daqui entre um grupo de oito que terão textos publicados pela editora 7 Letras (Andrew Knoll, Alexandre França, Luiz Felipe Leprevost, Diego Fortes, Patrícia Kamis, Martina Sohn Fischer e Angélica Kauffmann). Com subsídio do governo federal, elas serão montadas e encenadas de abril até o fim do ano em São Paulo, e devem vir para Curitiba em 2013.
Fonte: Gazeta do Povo
Envie para um amigo