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Sua estrutura aberta, claramente avessa à tradição do drama de narrativas concatenadas, combina-se com uma força e contundência poética raras para criar uma obra desde já antológica.
A jovem dramaturga pode ser considerada a herdeira mais brilhante do projeto de renovação radical do teatro no país empreendido por Roberto Alvim. O dramaturgo e encenador, ao lado da atriz Juliana Galdino, vem, há alguns anos, irrigando a cena paulistana com espetáculos impactantes, apresentados em seu pequeno espaço, o Club Noir, sempre lotado.
Além dessa notável produção, ele vem oferecendo oficinas de dramaturgia por todo país, propondo "novos modos de habitação da linguagem" aos seus aprendizes. "Aqui" é fruto dessa demanda e, ao lado de outras cinco peças, foi publicada, junto com livro do próprio Alvim, na coleção "Dramáticas do Transumano" (ed. 7 Letras; R$ 45; 136 págs.).
A peça tem características singulares, ainda que possa ser aproximada de uma tradição antidramática que inclui nomes como Gertrude Stein (1874-1946) e Samuel Beckett (1906-1989). Martina Fischer divide seu texto em oito "tempos", autônomos entre si, mas tendo em comum a enunciação de vozes que falam de diversas perspectivas.
Entre elas, a de corpos em decomposição, dissolvidos na terra como pó, ou feitos de material estranho ao ser humano, como o vidro. O que assombra é o discurso polifônico e vital, que realiza a possibilidade de consciências operantes em anatomias para além de humanas. Na busca de condições transitórias, Fischer crava sua pena em regiões inexploradas.
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Fonte: Site Folha de São Paulo
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