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Ciência aliada à tecnologia apoia indústrias no controle da covid-19
Auxílio vai da investigação inicial à possível contingência do contágio, contribuindo efetivamente para a produtividade e competitividade das indústrias. Conclusão é de pesquisa do Sesi no Paraná
22/07/2021
por Ronaldo Ruaro*
Neste mês o artigo científico “Determinantes da prevalência de contaminação por SARS-COv-2: um estudo epidemiológico em trabalhadores industriais”, realizado pelo Sesi e Senai no Paraná, foi publicado no VIII Congresso Paranaense de Medicina do Trabalho, promovido pela Associação Paranaense de Medicina do Trabalho - APAMT. O objetivo foi analisar os aspectos epidemiológicos da infecção nos trabalhadores da indústria paranaense por SARS-CoV-2.
Para isso, amostra de quase 20 mil de mais de 900 indústrias do Paraná foi submetida a testes sorológicos para Covid-19, além da aplicação de um questionário investigativo, de aspectos clínicos e sociodemográficos individuais, entre 15 de junho a 27 de novembro de 2020. Foram dosados os níveis de anticorpos IgM, que representa infecção na fase aguda, e IgG, o qual demonstra histórico ou fase crônica da infecção, ou seja, que o paciente teve “contato” com o Coronavírus há mais de 11 dias.
As taxas de prevalência dos anticorpos IgG e IgM foram comparadas entre diferentes faixas etárias, sexos, existência de sintomas e de doenças crônicas, participação em campanha de vacinação para influenza, tamanho do município de residência e dias desde o início de sintomas.
Os resultados apresentados corroboraram com dados da literatura e os sintomas com maior efeito na prevalência de IgG e IgM foram tosse, febre e dor de cabeça. Indivíduos sintomáticos a partir de oito dias possuíram uma prevalência estatisticamente maior de IgM em relação a indivíduos com até sete dias de sintomas. Enquanto para IgG, prevalências significativamente maiores foram observadas a partir do 14º dia de sintomas.
Os autores acreditam ser viável e positiva a realização de testes sorológicos para estudar a população de trabalhadores das indústrias, pois os dados levantados possibilitariam um aumento do número de funcionários presentes, além de uma visão ampla dos aspectos epidemiológicos desta população industrial. Tal estratégia, principalmente na utilização da ciência aliada à tecnologia, poderá apoiar as empresas na investigação inicial e possível contingência do contágio por covid-19, contribuindo desta forma para a produtividade e competitividade das indústrias.
O projeto teve a coordenação geral do colaborador Gerson Tulio Menezes e a coordenação técnica e responsabilidade do Dr. Ronaldo Ruaro, ambos da Gerência de Segurança e Saúde para Indústria (GSSI) do Sesi no Paraná. A equipe responsável pela construção e desenvolvimento do trabalho contou com a participação ativa dos seguintes colaboradores: Aline Gomides, enfermeira, Rafael Augusto Iagher, farmacêutico e bioquímico, ambos da GSSI, Camila Rizzardi líder da área de Smart Biosensors da Gerência de Tecnologia e Inovação do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica, Rafael Alexandre dos Reis e Kleber Cuissi Canuto da Gerência de Serviços de Tecnologia e Inovação / PDI - Data Analytics ambos do Senai no Paraná, além dos gerentes executivos do Sistema Fiep, Rosangela Fricke, de Segurança e Saúde, e Fabrício Lopes, de Tecnologia e Inovação.
* Médico do Trabalho do Sesi no Paraná responsável técnico pelo artigo