O trabalho como provedor da saúde mental

Ações pontuais são bem-vindas, mas não efetivas. Saiba como potencializá-las e transformar ambientes de trabalho

06/11/2023

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“O trabalho pode influenciar na saúde mental das pessoas por meio do que chamamos de fatores psicossociais do trabalho." A afirmação é da psicóloga do Sesi, Bruna Marinho Isume. “Questões como cultura organizacional, condições físicas do ambiente, relacionamentos interpessoais com colegas e lideranças, comunicação, política de saúde da organização, relacionamento com família, presença de fobias, personalidade, entre outras, são exemplos de fatores psicossociais”, completa.

A forma como ocorre a gestão destes fatores, poderá transformá-los em fatores de proteção ou fatores de risco à saúde, ou seja, o trabalho pode influenciar tanto de forma positiva, quanto negativa.

Além disso, Bruna explica que há tipos de trabalho que possuem maior potencial de desenvolver riscos psicossociais, como os trabalhos realizados em altura, espaços confinados e com carga elevada de estresse/nível de exigência física e mental. “Nestes casos, é essencial que haja uma avaliação dos riscos psicossociais de forma sistêmica e individual, para atuar com estratégias de mitigação e prevenção”, pontua. “Assim, a gestão dos fatores psicossociais do trabalho, é uma forma de atuação sistêmica e multidimensional em saúde mental.”

Influência positiva

Para o ambiente de trabalho influenciar positivamente na saúde mental das pessoas, ele deve promover a segurança psicológica, condições dignas de trabalho, sentimento de pertencimento e autonomia do trabalhador.

“Construímos a segurança psicológica no ambiente de trabalho quando estimulamos a confiança, respeito, gestão de conflitos e abertura para diálogo nas relações interpessoais”, explica Bruna.  “Assim, engloba o sentimento de se sentir seguro, tanto na execução de suas funções, quanto no manejo adequado frente a situações desafiadoras.”

Mas, como fazer isso?

As empresas conseguem promover saúde mental de forma efetiva, investindo de forma integralizada em três frentes de ações: prevenção, promoção de saúde e intervenção individualizada. “A efetividade em saúde mental está em construir estratégias que integrem identificação de demandas, mitigação de riscos e potencialização de fatores de proteção”, diz a psicóloga.

Além disso, para que haja um engajamento sistêmico com a temática, é preciso envolver os diferentes atores, como lideranças, os próprios trabalhadores e profissionais da saúde com formação técnica adequada para direcionar a empresa nas melhores opções.

O que geralmente ocorre e não acaba sendo efetivo, são as ações fragmentadas e pontuais, que não conversam entre si – mesmo possuindo grande potencial. Exemplos são as palestras durante as campanhas, como “Setembro Amarelo” (prevenção ao suicídio) ou “Janeiro Branco” (conscientização em saúde mental), ou a intervenção individual, como atendimentos psicológicos por plano de saúde. “Apesar da importância de ambas, realizá-las de forma fragmentada, não irá abranger toda a complexidade de saúde mental relacionada ao trabalho”, afirma Bruna.

O Sesi Paraná possui um Programa de Saúde Mental com metodologia própria, inspirado nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde e Organização Internacional do Trabalho, que aborda estas três dimensões de forma integralizada: Mapeamento de Riscos Psicossociais, Capacitações em Saúde Mental para lideranças e liderados e intervenções terapêuticas individualizadas.

Procure o Sesi mais próximo para saber mais.

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