Em novembro de 2023 o Ministério da Saúde sancionou a lei 14.556/23, que torna a campanha Janeiro Branco, de conscientização sobre a saúde mental, oficial em todo o território nacional. O tema é tão relevante porque o Brasil lidera o ranking de ansiedade e depressão na América Latina, com quase 19 milhões de pessoas acometidas com as doenças – a Organização Mundial do Trabalho (OMS) estima que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade, com custo à economia global de quase US$ 1 trilhão.

Para apoiar as indústrias paranaenses a se familiarizarem sobre o tema, o Sesi Paraná lança gratuitamente o ebook Como Prevenir o Adoecimento Mental na Empresas? A cartilha traz temas como a relação da saúde mental com o contexto social, a importância da prevenção do adoecimento mental no ambiente de trabalho, dicas de ações de prevenção em saúde mental, além de um modelo de plano de ação, curiosidades e links de materiais.

Desde 2023 o Sesi Paraná oferta às empresas o Programa de Saúde Mental, baseado nas diretrizes traçadas tanto pela OMS como pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Conheça os eixos do programa:

1- Ambiente de Trabalho: mapeamento dos riscos psicossociais da empresa, por meio de um questionário respondido pelos colaboradores com a avaliação de oito dimensões. 

2- Conhecimentos e Habilidades: capacitação para lideranças e colaboradores em temáticas relevantes de saúde mental.

3- Cuidado: ação de suporte terapêutico para colaboradores que precisam de acompanhamento especializado.

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A seguir, Bruna Marinho Isume, psicóloga do Sesi Paraná, lista 5 motivos para falar sobre saúde mental nas empresas:

1- Combater os estigmas

O campo da saúde mental carrega um histórico demarcado por muitos estigmas que prejudicam a busca por ajuda e o avanço de diálogos significativos para promoção da saúde. Mesmo após a pandemia, ainda encontramos crenças que reforçam a relação entre adoecimento mental e “fraqueza mental”, por exemplo. Ou, ainda, de que falar sobre o sofrimento psíquico poderá desencadear mais adoecimento (como no caso do suicídio). Desta forma, ao falar de saúde mental nas empresas, se abrem oportunidades de desconstruir estes estigmas, potencializando ainda mais as ações voltadas para estas temáticas.

2- Fortalecer o tema na cultura organizacional

Não é novidade o quanto a cultura organizacional impacta o clima da empresa e seus colaboradores. Sendo assim, é imprescindível que a temática de saúde mental adentre e seja incorporada na cultura, pois servirá de base para todas as ações e políticas implementadas pela empresa. Trará um impacto em especial, no que diz respeito à gestão dos fatores psicossociais do trabalho (em que contempla ações de: mapeamento dos fatores psicossociais; compilação e análise de dados; construção e monitoramento de indicadores; planos de ação). Este movimento é o que irá consolidar de fato todos os esforços realizados em saúde mental.

3- Promover a psicoeducação em boas práticas

A identificação e o manejo das demandas em saúde mental no ambiente de trabalho demandam um olhar treinado e boas práticas baseadas em diretrizes técnicas de qualidade e cientificamente validadas. Para isso, são necessárias capacitações que promovam a psicoeducação na identificação de quadros de adoecimento, boas práticas (o que fazer e o que não fazer) e materiais de apoio relevantes. A participação ativa das lideranças nessas ações é essencial, visto que na gestão de pessoas encontram-se fatores psicossociais que influenciam diretamente a saúde mental dos colaboradores. Assim como, a participação dos próprios colaboradores, no que diz respeito à sensibilização de práticas para incentivar a autorresponsabilidade frente a própria saúde mental, e como replicá-las com outras pessoas (em sua vida pessoal e profissional).

4- Incentivar o autocuidado e autoconhecimento

O autocuidado e autoconhecimento são as duas principais categorias de práticas em saúde mental, pois conseguem abranger uma gama de ações com potencial de prevenção do adoecimento mental e promoção da saúde. Uma ótima ação para envolver este propósito é oferecer aos colaboradores atendimentos psicológicos com profissionais capacitados para acolher e trabalhar com estas demandas. Ao as incentivarmos no ambiente de trabalho, estimulamos a autoconsciência (com a capacidade de identificar e manejar os próprios estados mentais e emocionais), a autorresponsabilidade (frente a própria saúde e repertórios comportamentais); a autoimagem (percepção humanizada de si, fortalecendo a autoestima e autoconfiança) e maior flexibilidade psicológica e social para adaptação em diversos contextos e adversidades da vida.

5- Desenvolver a humanização e segurança psicológica nos relacionamentos interpessoais

A qualidade da humanização e segurança psicológica nos relacionamentos interpessoais (principalmente no ambiente de trabalho, em que são impactados por questões da cultura organizacional, estrutura hierárquica, fluxos de trabalho, divisão e interdependência nas demandas etc), é um fator significativo de proteção da saúde mental em uma organização, tanto a nível individual quanto coletivo. Destaca-se novamente a participação ativa das lideranças, a fim de desenvolver habilidades em comunicação não-violenta; gestão de conflitos; feedbacks e alinhamentos; escuta ativa; acolhimento; orientações e encaminhamentos – e, replicando-as em suas equipes.

Para saber mais procure o Sesi mais próximo ou entre em contato pelo 800 648 0088.