Nesta semana foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná a criação da Campanha Estadual Permanente de Combate, Conscientização e Prevenção à Síndrome de Esgotamento Profissional. O esforço coletivo agora ganha até uma data fixa anual, 15 de outubro. Com isso, espera-se não apenas conscientizar sobre o burnout, mas também incentivar ações preventivas.

Em 2022, a Síndrome de Burnout, ou do Esgotamento Profissional, foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença ocupacional. Desde 1º de janeiro de 2023, está oficialmente na Classificação Internacional de Doenças (CID-11).

De acordo com levantamento da International Stress Management Association (Isma), o Brasil é o segundo país com mais casos de burnout no mundo, ficando apenas atrás do Japão. Segundo números do Ministério da Previdência Social, em 2021, 2022 e 2023 foram afastadas 823, 1.151 e 1.755 pessoas no Brasil, respectivamente, sob a CID 10, usada anteriormente. No Paraná, os números também são ascendentes: 28, 42 e 74, respectivamente. Em dois anos, os índices mais que dobraram.

Mas, o que é a Síndrome de Burnout?

Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), trata-se de uma síndrome resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso. Como a síndrome está relacionada ao trabalho, de acordo com a legislação brasileira, é de notificação compulsória. Assim, a empresa deve tanto reparar os danos, como prevenir a doença.

Segundo a OMS, a síndrome de burnout é caracterizada por três dimensões: sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia; aumento do distanciamento mental do próprio trabalho ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho; e redução da eficácia profissional.

Para detectá-la, é importante que as empresas amadureçam o tema da saúde mental na cultura organizacional. “Mapear os fatores psicossociais da instituição para saber quais os pontos que precisam de atenção, oferecer capacitações para as lideranças e liderados em temáticas relevantes sobre o tema e ofertar opções de suporte terapêutico para os colaboradores que precisam de acompanhamento especializado, mostram-se fundamentais para a criação de um ambiente de trabalho seguro e saudável”, afirma Bruna Isume, psicóloga do Sesi Paraná.

Para apoiar as indústrias paranaenses, o Sistema Fiep, por meio do Sesi Paraná, oferta o Programa de Saúde Mental. Com metodologia própria, é inspirado nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde e Organização Internacional do Trabalho, que aborda estas três dimensões de forma integralizada: Mapeamento de Fatores Psicossociais, Capacitações em Saúde Mental para lideranças e liderados e intervenções terapêuticas individualizadas.