Os membros das Redes de Desenvolvimento Local do Santo Inácio, em Curitiba, reuniram-se no dia 23 de março, nas Faculdades Integradas Espírita (Fies) para apresentar o projeto “Direitos Humanos: Integrando a educação básica, a educação superior e a comunidade local”, com o objetivo de debater esse tema envolvendo várias instituições do bairro e região.
Com o sucesso alcançado no projeto, os envolvidos planejam criar um grupo itinerante que identifica situações nas comunidades em que seria oportuno debater e sensibilizar moradores e autoridades sobre Direitos Humanos. Fernando Schinimann, parceiro e coordenador do grupo de pesquisa em História das Fies explica que a história como ciência tem que ter uma aplicabilidade. Segundo o professor, o projeto está se construindo desde 2009, pois é importante que o professor de História tanto quanto o historiador realize um trabalho voltado para a comunidade.
Esse projeto, que existe desde 2009, chama-se “Mortalidade violenta em Curitiba”, realizado dentro da disciplina de História da população nas Fies. Entre os objetivos dele, encontra-se fazer um diagnóstico dos problemas relacionados à violência urbana em Curitiba, para que os Consegs possam se estruturar para saber onde está o problema e a partir daí tomar as devidas providências. Agora, esse novo projeto caminha para a discussão sobre os direitos humanos.
Aluna do professor Schinimann e moradora do bairro, Carolina Damrat gosta do projeto e vê como uma possibilidade unir vários eixos da comunidade. “É uma maneira de pensar na sociedade como um todo, não é porque se está na faculdade ou em um colégio que você não tem ligação entre o resto, muito pelo contrário, são estágios de um mesmo todo”, reflete. Para ela, o projeto pode vir a provocar o desejo nos moradores de participar mais de ações da comunidade e criar um sentimento de pertencimento pelas coisas que estão na região, que ela diz não existir.
Para a execução do projeto, foi pensada a realização de fóruns que integrariam pesquisa e produção artística para um envolvimento local identificando práticas e saberes que já são da comunidade. Os eixos temáticos seriam direcionados para áreas específicas, desde acesso à justiça, educação, saúde e segurança todas relacionadas com os Diretos Humanos.
A falta de debate e a adoção de práticas relacionadas ao tema na comunidade refletem em posturas que são levadas para dentro da escola, como a violência e as drogas, assegura o professor Cícero Donadeli, diretor do Colégio Estadual Padre Silvestre Kandora, que fica no bairro São Braz. Para ele, o ensino e a aprendizagem ficam comprometidos quando não se dá atenção devida ao que acontece nos arredores.
O projeto reúne as Redes de Desenvolvimento Local, a Associação de Moradores Saturno, o Colégio Estadual Pe. Silvestre Kandora, a Escola Municipal Paranaguá, o Conselho de Segurança do Bairro Santo Inácio, a Universidade Tuiuti do Paraná e as Faculdades Integradas Espírita.
Por Willian Costa