A partir de diferentes vivências e perspectivas, a mostra “Cruzar a Fronteira”, que estará em exibição no Sesi Cultura Paraná até o dia 5 de janeiro, traz à tona desdobramentos do ato de imigrar por meio de fotografias. A exposição reúne trabalhos fotográficos de Tanya Traboulsi (Beirute), Felipe Abreu (Copenhague/São Paulo), Pedro Vieira (Curitiba) e Lidia Ueta (Curitiba).
Idealizada para o último edital de ocupação dos espaços do Sesi Cultura Paraná, a mostra foi desenvolvida pela Ponto de Fuga, com curadoria de Milena Costa e Camila Bach, e tem como principal objetivo questionar o trânsito pelas fronteiras físicas, simbólicas e da memória.
A travessia de cada um
Nas fotografias expostas, os artistas refletem como uma fronteira pode ser física ou geográfica, política ou mesmo entendida de maneira subjetiva, como a imposição de limites que enfrentamos no cotidiano.
Tanya Traboulsi - que cresceu entre o Líbano e a Áustria vivenciando diversos deslocamentos - participa com a série “Beirut recurring dream” (O sonho permanente de Beirute), refletindo de forma subjetiva e poética sobre a reconstrução de Beirute após a explosão do porto. A artista olha para cidade de forma poética e pergunta: Como um lugar que precisou se reconstruir tantas vezes segue vibrante?
Em "An(n)a (Maria) (Solt) (Onto) (Sorroche)", Pedro Vieira reflete sobre estar presente em um mundo que exige que pertençamos a um estado-nação e que nos reconheçamos entre as fronteiras. Vieira explora essa questão a partir da experiência de vida de sua avó, uma mulher que chegou na América do Sul no final da II Guerra Mundial fugindo do Holocausto.
Já nas imagens bem-humoradas de Lidia Ueta, filha de pais japoneses que migraram para o Brasil e se estabeleceram em Castro/PR, nos conectamos com outro espaço-tempo. A artista conduz seus familiares em meio às
plantações, onde posam para fotografias e encenam vídeos carregados de dualidades. A série “Terra Híbrida” retrata um universo paralelo habitado por sua família, onde os personagens causam estranhamento no ambiente em que são colocados.
Por fim, temos o ponto de vista de um brasileiro vivendo do outro lado do Atlântico. Felipe Abreu reside atualmente na Dinamarca, após vivências por vários outros países. O artista se apropria de imagens fotojornalísticas no projeto "Aprox. 5036000", na tentativa de analisar, editar e ressignificar as fotografias que retratam tanto imigrantes, quanto governantes envolvidos na crise humanitária dos refugiados.
A exposição “Cruzar a Fronteira” convida o público a explorar um território cheio de subjetividades e complexidades.
Serviço:
Quando? De 14 de dezembro a 5 de janeiro
De segunda a sexta, das 9h às 18h, com monitoria disponível
das 14h às 18h.
Onde? Centro Cultural Sistema FIEP, Unidade Dr. Celso Charuri – Rua Paula Gomes, 270 – Centro
Entrada gratuita