Essa e outras questões sobre a indústria 4.0, carreira e habilidades comportamentais estão sendo debatidas em bate-papos on-line realizados pelo Colégio Sesi da Indústria e Colégio Sesi Internacional ao longo de 2021 para alunos do Ensino Médio. Com o objetivo de aproximar os estudantes à realidade industrial, o colégio traz profissionais de referência para aprofundar temáticas relacionadas aos desafios da indústria.
O último evento, realizado em 24 de abril, contou com a participação de Carlos Walter Martins Pedro, presidente do Sistema Fiep, Giovana Punhagui, gerente executiva de Educação do Sistema Fiep, da especialista em carreiras Mariana Reis, Alexandre Bonato, industriário do Grupo Mascarello, e Liana Xisto, da Tata Consultancy Services.
O bate-papo, que contou com a mediação da estudante Eduarda Loureço Leal Vaz, do Colégio Sesi Internacional de Ponta Grossa, trouxe para os alunos conceitos importantes do mercado de trabalho. Mariana Reis, especialista em carreira e consultora internacional de recrutamento, introduziu o tema. “Quando a gente fala da indústria hoje, falamos muito sobre a indústria 4.0, da automação no processo produtivo, da internet das coisas, que é uma temática que muitas empresas estão discutindo também. Se fala muito sobre conectividade, agilidade nos processos, fluência digital. Temos também o 5G e a sociedade 5.0”, lembra.
A especialista conta que a pandemia provocou uma grande aceleração na automação, indústria 4.0, tecnologia, internet das coisas e inteligência artificial dentro das empresas. “Isso já estava acontecendo. Quando veio a pandemia, o mercado teve que acelerar vários processos porque nos afastamos fisicamente e tivemos que ter avanços para proporcionar experiências para que continuássemos comprando, realizando as nossas tarefas, trabalhando de casa etc.”, diz.
Sobre carreira, Mariana traz alguns dados. Segundo o último relatório do Fórum Econômico Mundial, o painel do mercado de trabalho mostra que, até 2025, 85 milhões de empregos terão uma grande queda de demanda, mas também há um acréscimo de 97 milhões de novos empregos. “O que isso quer dizer? Isso está mostrando que sim, teremos vários cargos que vão sair do mercado, teremos uma diminuição de demanda, mas nós teremos mais cargos entrando do que saindo. Isso mostra que vai ter uma grande mudança no escopo das funções. Não vai faltar emprego, mas teremos uma mudança”, ressalta. Alguns cargos que a especialista vê um crescimento na demanda são gestores de projetos, designer de produto, engenheiros de robótica, desenvolvedores, gestores de processo e de inovação.
A transformação digital só acontece através de pessoas. Mariana reforça que nada se transforma apenas contratando uma tecnologia, uma ferramenta ou um insumo tecnológico. “É uma soma, uma equação entre nosso modelo mental, nosso comportamento e disposição para fazer essa transformação digital, de ter a mente aberta, de ser não resistente para o novo e ter flexibilidade, adaptabilidade para o novo, mais as ferramentas tecnológicas e as empresas com políticas de gestão da inovação. Só assim acontece a transformação digital”, diz.
Sobre as características que os jovens precisam desenvolver, a especialista relata que não adianta só ter a habilidade técnica do saber, do conhecimento, mas também precisam ter habilidade humana. Nessa habilidade, se encaixa o saber fazer acontecer, a flexibilidade, a adaptabilidade, a estar aberto para o novo. “O profissional do futuro é o profissional que está acompanhando de perto as tendências de transformação digital dentro da sua área de atuação, está acompanhando de perto as movimentações, como a economia e a política estão influenciando o seu setor e a sua área e está tendo flexibilidade para se adaptar para o novo mais rápido. Se antecipa tendo flexibilidade para se adaptar para o novo”, lembra. Liana Xisto, Tata Consultancy Services, também falou sobre as competências mais importantes observadas no processo seletivo das indústrias. Ela conta que na empresa vê importância tanto nas habilidades comportamentais quanto na parte técnica. “A gente precisa de profissionais que tenham os dois. Um profissional que sabe só a parte técnica ele não consegue se comunicar e não consegue trabalhar em equipe, enquanto o profissional que só tem os aspectos sociais ele não vai saber tecnicamente como trabalhar no dia a dia. Então hoje esses aspectos são de extrema importância”, conta Liana.
Durante o bate-papo, os convidados puderam responder a várias dúvidas dos estudantes, como Alexandre Bonato, do Grupo Mascarello, que respondeu a pergunta do aluno Ramon Garcia, Colégio Sesi da Indústria do Boqueirão, sobre qual é o novo horizonte profissional que poderá acontecer dentro da indústria. “É um profissional muito mais conectado, um profissional digital, que consiga ter um alinhamento ao propósito da companhia que ele trabalha. Buscamos as pessoas que estejam alinhadas com o propósito da empresa, mas que costumam contribuir efetivamente nesses processos novos que a gente também está aprendendo como indústria”, conta Alexandre. Para ele, a carência hoje da indústria está nas formações técnicas alinhadas à indústria 4.0. “É fundamental o nosso jovem se preparar para isso porque a demanda da indústria é essa. E não esquecer de uma base sólida na formação inicial”.
Para conferir o evento completo, clique aqui. Os próximos bate-papos de carreiras acontecerão na terceira semana de junho, sobre profissões na indústria; na terceira semana de setembro sobre possibilidade de carreiras e na terceira semana de novembro sobre competências e habilidades na indústria.