Com o objetivo de preparar os estudantes ainda mais para o mercado de trabalho industrial, o Colégio Sesi da Indústria realizou, na última semana, a segunda edição do Bate-papo de Carreira. O evento, que aconteceu on-line, debateu sobre o que a indústria espera dos jovens que estão prestes a começar no mercado de trabalho, os impactos da tecnologia na capacitação dos profissionais e o futuro do trabalho no ramo industrial de moda e automóveis. Para engrandecer a conversa, participaram a Jacielle Feltrin, Gerente de Educação e Negócio do Sistema Fiep, Caroline Novak, estilista da La Mandinne, indústria de moda de Santa Catarina, e egressa do Colégio Sesi e do Senai, e Maurício Zonato, psicólogo e Talent Management Sr Manager no Grupo Renault.
Para apresentar e interagir com os profissionais, esteve à frente Ramon Garcia, aluno do Colégio Sesi da Indústria do Boqueirão, que trouxe questões relevantes sobre o tema. Inicialmente, o estudante perguntou quais devem ser as consequências do desenvolvimento tecnológico para empregabilidade nos próximos 20 anos. Caroline Novak respondeu que tudo está mudando. “A tecnologia é a maior aliada às profissões, isso é muito claro, principalmente na área de moda. Ainda não existem profissionais do futuro. Está tudo em transição. A tecnologia e a sustentabilidade são novas áreas que temos que explorar e que os profissionais do futuro vão ter que dar um jeito nisso”, esclarece a estilista.
Para ela, a pandemia acelerou o desenvolvimento de mercado de novas profissões. “Falando da tecnologia na área de moda, por exemplo, acelerou no processo de novas profissões, novas ideias que a gente precisa ter. A indústria em si teve que se adaptar muito, principalmente na questão de matéria prima”, lembra. Zonato concorda que, neste período pandêmico, todo segmento industrial se voltou e está mergulhado dentro do mundo digital. Ele relata que a transformação digital já está impactando bastante a indústria e irá continuar direcionando os profissionais do futuro. “Quando a gente fala de entendimento de tecnologias, do mundo digital, informação, controle, análise de dados, análise de tendências de consumo com e-commerce, eu acredito que a tecnologia irá impactar toda cadeia da indústria. Desde a concepção, então a parte de digitalização, realidade virtual, como trabalhar a conectividade dentro da cadeia fabril, a automação, inteligência artificial, até a parte final do e-commerce, como analisar quais são os canais de consumo, qual o perfil do consumidor”, ressalta.
O psicólogo relata estamos passando por um movimento de transformação muito rápido e automaticamente os profissionais precisam estar conectados com tudo que está mudando no mercado. “Além da parte tecnológica, há a parte social, que são as chamadas soft skills, fundamentais para o profissional de hoje e para o profissional do futuro também, que com certeza vai ser cada vez mais demandado. A capacidade de criar redes sociais, usar inteligência coletiva para resolver um problema específico, para trazer inovação. Acredito que a conexão das hard skills (conhecimento técnico) com as soft skills sem dúvida nenhuma vai ser fundamental para o profissional do futuro”.
Ambos falaram também sobre suas áreas de atuação: a indústria da moda e automobilística. Quando perguntada sobre o que a indústria 4.0 vai demandar do profissional da área de moda, Caroline conta que a criatividade é um diferencial do profissional. “Hoje a gente percebe que temos que sempre estar aliados à indústria e ao cliente: o que o cliente quer e as possibilidades que a indústria da moda pode nos oferecer. Por enquanto eu vejo ainda que a gente está passando por uma transição e o profissional do futuro vai ter que ter muita criatividade, jogo de cintura também para essa transição do velho para o novo e tem que investir em tecnologia e sustentabilidade, que é o que mais pega na moda”, esclarece. Respeitar e aprender com as pessoas que têm mais experiência, trazer novidades, estudar e constantemente se atualizar também são itens importantes, segundo a estilista.
Sobre as necessidades para quem quer entrar no segmento de automóveis, Zonato explica que o profissional tem que estar preparado para trabalhar com muita conectividade nos carros. “Pensar em como usar todo esse ambiente tecnológico de tantos sistemas muito robustos e como usar startups de tecnologia que se integram ao carro e vão se integrar ao automóvel para trazer uma qualidade melhor para o usuário. Cabe refletir como que vocês vão usar todo o conhecimento disponível no mercado, toda essa interação – universidade, indústria, startups, centro de inovação, para trazer inovação para dentro das empresas, para dentro dos produtos. Quanto mais aberto e mais acompanhando essa evolução tecnológica, mais vocês vão ter condições de serem profissionais de destaque e mais vocês vão conseguir gerar novas ideias dentro das empresas”, completa.
Confira o bate-papo completo: