É possível reutilizar sobras de chapas de fibra de média intensidade (MDF) da indústria moveleira? A partir dessa pergunta simples, estudantes do Colégio Sesi da Indústria desenvolveram um projeto capaz de resolver um dos problemas do setor moveleiro e se tornar uma solução ambiental sustentável.
O projeto “EMAV: solução para aproveitamento de sobras de MDF da indústria moveleira” foi desenvolvido pelas estudantes Maíra Duarte Alves, Ariane Paula Walczak, Emanuela Nowak e Vitória Limanski Opaloski, sob orientação do professor Adriano Gabiec, do Colégio Sesi da Indústria de União da Vitória. Segundo a equipe, a ideia surgiu a partir de uma visita a uma indústria moveleira, quando tiveram contato com o problema. “Começamos a buscar soluções para esse problema e, após várias pesquisas, agregamos mais um: as cartelas de remédio que são descartadas em lixos comuns ou de forma incorreta”, conta Ariane.
As estudantes, então, misturaram silicone ao MDF moído até formar uma massa, que pode ser transformada em materiais como capas para smartphone, para agendas e cadernos, mouse pads, protetores de porta e tapetes. “A cada dia, buscamos melhorar o nosso projeto. O blister, que é a cartela de remédio triturada, está sendo acrescenta à massa. Dá uma textura diferente e até mais resistência”, explica Maíra.
Com o objetivo de reduzir a quantidade de resíduos descartados de maneira inadequada, e contribuindo com a sustentabilidade, a equipe acredita que o produto pode abrir oportunidades de mercado e atrair diferentes tipos de clientes. Ariane acrescenta que o compromisso ambiental do EMAV pode atrair consumidores conscientes que apoiam empresas social e ambientalmente responsáveis. Para ela, a proposta de permitir que outras indústrias parceiras coletem o MDF e produzam o EMAV promove a colaboração e cria uma cadeia de valor sustentável. Essa abordagem também pode fortalecer parcerias entre empresas, contribuindo para o desenvolvimento econômico local.
O projeto foi selecionado para a primeira fase do Inova Paraná 2023 e também foi apresentado na 8ª Feira de Ciências Júnior PUCPR, conquistando o 1º lugar na categoria Ensino Médio e Técnico 1º ano na 4ª Mostra Paralela da PUCPR.
“Os próximos passos do projeto são melhorar o produto, adicionando cor, por exemplo. Fizemos pesquisas de validação e descobrimos que os clientes estariam dispostos a comprar nossos produtos no mercado logístico”, acrescenta Maíra. “Acredito que, ao participar dessas feiras, temos grandes oportunidades para que indústrias ou empreendedores estejam dispostos a fazer parcerias conosco para aprimorar nosso projeto.”
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