A comunidade do Hauer, em Curitiba, começou a pôr em prática o sonho de criar uma biblioteca comunitária e já percebe a boa aceitação do público. A ação de incentivo à cultura tem o objetivo de democratizar a leitura e fazer o empréstimo de livros sem burocracia. Os integrantes da Rede de Desenvolvimento Local do Hauer estão desenvolvendo estantes padronizadas e com uma logomarca para a expansão do projeto.
A biblioteca do Hauer funciona de uma forma bem simples, os interessados pegam o livro que desejam e devolvem quando terminarem de ler. Adriane Vieira, agente de desenvolvimento local, explica que a ideia principal é fazer o empréstimo de livros de uma forma rápida e sem burocracia “Não tem nenhum cadastro, a pessoa pode ficar o tempo que quiser com o livro, mas tem que ter a consciência de devolvê-lo depois”, afirma.
Uma das maiores dificuldades em executar o projeto era ter alguém que pudesse cuidar da biblioteca. Como solução, os moradores decidiram espalhar as estantes pelo comércio, pois já teria alguém cuidando diariamente. José Augustinho, dono da distribuidora J.A. Doces, situada na Av. Marechal Floriano Peixoto, foi o primeiro comerciante a receber a biblioteca itinerante. “Tem bastante procura, emprestamos vários exemplares diariamente. As pessoas passam e entram muitas vezes só para pegar o livro”, explica o comerciário.
Além do grande número de empréstimos, a comunidade também contribui com a doação de livros para aumentar o acervo da biblioteca comunitária. “Recebemos livros com temáticas bem variadas, mas a maioria é de literatura brasileira. Também tem bastante livro didático e alguns de autoajuda”, conta Osvaldo Percegona, voluntário do projeto. Para doar livros, basta entrar em contato com a agente Adriane ou com algum dos voluntários.
Comunidade consciente
José Augustinho conta que a biblioteca está dando certo por causa da contribuição e da consciência dos que a utilizam. “Nosso projeto não serve apenas para divulgar a cultura, também é um incentivo para as pessoas terem consciência. Talvez algumas pessoas acabem não devolvendo os livros, mas posso afirmar que a maioria colabora e devolve”.
Os membros da Rede irão se reunir no dia 30 de janeiro para planejar a expansão do projeto. Será criada uma logomarca da biblioteca, além de adesivos para os livros. A ideia é padronizar as estantes. “Pretendemos, no futuro, expandir para outros locais. Seria bom colocar em terminais e até em outros bairros, estamos bem ambiciosos com esse projeto”, explica José. A ação realizada pelos moradores do Hauer demonstra o poder da mobilização social. “É uma ideia antiga, precisou ser amadurecida e agora está rendendo bons resultados”, conclui Adriane.
Por Raíssa Ribeiro