No início de 2012 a diretoria da Escola Estadual Dona Carola, no bairro São Francisco, em Curitiba, recebeu um desafio: envolver os alunos, seus pais e a comunidade para falar do centenário da poetisa paranaense Helena Kolody. “Essa era a nossa missão e precisávamos pensar em uma forma atraente para falar de literatura”, disse o diretor da escola, Wagner de Oliveira.
A escola, em parceria com o Movimento SOSBICHO e a Rede de Desenvolvimento Local do bairro, passou a buscar uma alternativa para englobar arte e literatura dentro do ambiente escolar. Criou-se então o Espaço de Leitura Helena Kolody nos muros da instituição, onde os poemas da escritora foram reproduzidos em forma de grafite. Para Wagner, o grafite foi uma ótima escolha, uma vez que criou o envolvimento dos alunos com a arte. “Buscamos valorizar o talento de cada um e tirar o estereótipo do grafite”, comentou. O diretor ainda afirma que com a ação houve o envolvimento de toda a comunidade. “Conseguimos envolver os alunos e a comunidade local por meio da Rede”, completou.
Para o artista que desenvolveu o grafite com os alunos, Gustavo Santos Silva, fazer grafite dentro de escolas é sempre gratificante. “Muitos talentos são revelados, existem alguns aqui mesmo que em pouco tempo estarão mostrando a sua arte”, disse. Gustavo Mello, aluno do 9º ano da escola Dona Carola é um deles. Para ele, o grafite no muro da escola é um incentivo para os alunos participarem das atividades culturais. “Esse tipo de ação incentiva os alunos a participar da escola. Eu estou me formando e estou feliz em deixar alguma coisa por aqui”, afirmou. Mesmo de férias, Gustavo continuou indo ao colégio para colaborar com a finalização do espaço. “Eu gosto muito do que estou fazendo, é melhor do que ficar em casa”, concluiu.
Parceria
A parceria entre a Escola Dona Carola e o Movimento SOSBICHO já acontece há algum tempo com trabalhos de conscientização e educação ambiental. Para Laelia Tonhozi, que atua na comunidade por meio do movimento, a criação do Espaço de Leitura Helena Kolody foi resultado de parcerias feitas no bairro. “As tintas utilizadas no espaço foram todas doadas pela comunidade. Cada um deu um pouquinho”, disse.
Laelia acredita que a construção do espaço faz parte do ambiente educativo. “Todo o processo de construção também faz parte de um momento de discussão cultural e também da formação cidadã”. A estudante Giovana Rodrigues, de 11 anos concorda. Para ela, o Espaço de Leitura é uma nova forma de pensar literatura. “É que a escola não é lugar só de estudar, mas de ver as coisas de outra forma”, disse. “O espaço de leitura é ótimo para isso”, concluiu a aluna.
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